ESPECIAL BRITNEY

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‘Britney’ é o terceiro álbum de estúdio da nossa Rainha, Britney Spears, lançado em 6 de Novembro de 2001 pela Jive Records. O disco marca a transição de Britney Spears de cantora adolescente para uma cantora pop voltada para o público mais adulto e com faixas mais destinadas às pistas de dança. O álbum tem um estilo de música como o R&B e hip hop, com temas que abordam a chegada à idade adulta, o medo de crescer e a sexualidade. Britney ousou na produção, tendo os colaboradores já conhecidos como Max Martin e diversos produtores novos, entre eles o então namorado de Britney, Justin Timberlake, Pharrell Williams, entre outros. A própria Britney escreveu 5 das 12 faixas do disco, além de outras duas que são faixas bônus.

TRACKLIST

I’m a Slave 4 U

Overprotected

Lonely

I’m Not a Girl (Not Yet) a Woman

Boys

Anticipating

I Love Rock N’ Roll

Cinderella

Let Me Be

Bombastic Love

That’s Where You Take Me

When I Found You

I Run Away

What It’s Like To Be Me

Before The Goodbye

Sobre o álbum, Britney disse: – “Este é o primeiro álbum que eu fiz e escrevi no meu tempo, então quando eu realmente ouvir o álbum inteiro, será muito mais especial. Eu não sei se eu sou a melhor compositora do mundo, mas eu me diverti muito fazendo esse CD e eu espero melhorar e crescer como compositora.”

Após o seu lançamento, Britney recebeu críticas mistas pelos críticos de música pop contemporânea, que elogiaram o amadurecimento de Spears, mas criticaram suas novas formas, mais provocantes e sensuais. O interessante desse álbum é o fato dele ser bem misto: apesar de ter músicas sensuais, ele também possui músicas voltadas para o público adolescente e isso marca uma transição na carreira da Britney, bem ao estilo I’m Not a Girl (Not Yet) a Woman. Como os álbuns anteriores de Britney, este também estreou direto na primeira posição da Billboard 200, vendendo 748 mil cópias apenas na primeira semana. O álbum recebeu a turnê Dream Within a Dream Tour para ser promovido, definida pelos fãs como a melhor turnê de Britney Spears, que começou em novembro de 2001 e terminou em julho de 2002, quando Britney anunciou férias de seis meses para gravar as faixas do álbum In the Zone

‘I’m a Slave 4 U’ foi lançado como o primeiro single do álbum Britney a 24 de Setembro de 2001, mesmo dia em que estreou o polêmico clipe. O vídeo foi dirigido por Francis Lawrence nos dias 1 e 2 de setembro de 2001 e estreou através da série Making the Video, e foi polêmico por mostrar um lado mais provocante e sensual de Britney Spears. O vídeo recebeu três nomeações no MTV Music Video Awards 2002 e ainda rendeu aquela performance icônica do VMA em que Britney aparece segurando uma cobra. Sobre a canção, Britney disse: “É apenas sobre eu sair, esquecer quem eu sou, dançar e me divertir”.

‘Overprotected’ foi lançada como o segundo single do álbum a 11 de novembro de 2001 digitalmente, e foi muito bem sucedida na Europa. O vídeo original da canção foi dirigido por Billie Woodruff. A versão Darkchid Remix foi lançada em dezembro de 2001, e o vídeoclipe da canção foi gravado nos dias 2 e 3 de março na Califórnia e estreou em 26 de março de 2002, sob a direção de Chris Applebaum. A música apresenta duas versões de vídeoclipe. O vídeo da versão original fala sobre Britney vivendo uma garota cercada por paparazzis e querendo ficar sozinha, mas um grupo de adolescentes a interrompe e ela começa a fazer seus passos de dança. O segundo vídeo fala sobre Britney sendo criticada por ser mais sensual, e sendo super protegida por guarda costas. O vídeo da versão “Darkchild Remix” é considerado pelos fãs o melhor vídeo de Britney, e fez sucesso na MTV, sendo retirado do canal, por ser pedido por mais de 50 dias na programação. Vamos ver agora quais foram os singles do álbumney, mores? ❤

‘I’m Not a Girl, Not Yet a Woman’ foi lançado como o terceiro single do álbum a 5 de fevereiro de 2002, e fez parte do primeiro filme de Britney, Crossroads – Amigas Para Sempre. O vídeo da canção foi gravado no Antelope Canyon, em Arizona nos dias 16, 17 e 18 de agosto de 2001 sob a direção de Wayne Isham e estreou em março de 2002 na série Making the Video, sendo o vídeo mais simples do álbum.

‘I Love Rock ‘n Roll’ foi lançado como o quarto single do álbum, escalado inicialmente como o quarto single do álbum promocionalmente para a Austrália. O single é um cover da canção que ficou famosa na voz de Joan Jett & The Blackhearts. O vídeo foi dirigido por Chris Applebaum.

‘Anticipating’ foi lançada como single promocional para a França a 1 de julho de 2002, e é uma canção com influências do estilo disco. A canção não obteve um grande sucesso comercial, atingindo um pico de apenas número trinta e oito. A canção também não teve um vídeo oficial, mas ganhou um vídeo promocional através da performance do single no show de Las Vegas da turnê Dream Within a Dream, de 2002.

‘Boys’ foi lançada como o quinto e último single do álbum a 2 de agosto de 2002 e possui duas versões: A versão do álbum, que mostra Spears cantando sob vocais sussurrados num estilo de balada, e a versão ‘The Co-Ed Remix’, que traz a participação de Pharrell Williams, um dos produtores do álbum e que se tronou a versão oficial do single. O vídeo mostra Britney em uma festa numa mansão com piscina, e também foi retirado do canal MTV, por ser pedido por mais de 50 dias na programação.

Em 28 de janeiro de 2001, Spears se apresentou no Super Bowl XXXV.  Em 6 de setembro, Britney performou ‘I’m a Slave 4 U’ no MTV Video Music Awards (VMA), e o seu desempenho foi criticado pelo fato de Britney usar uma cobra píton ao redor do pescoço. Em novembro, ela se apresentou em seu primeiro concerto especial da HBO que foi a gravação da Dream Within a Dream Tour, em Las Vegas, que se tornou DVD da Turnê depois. Britney fez um cover da música ‘The Beat Goes On’, da Cher. A cantora iria se juntar à Britney na gravação do DVD da sua então turnê, mas o encontro não foi possível devido a um conflito de agendas. Em dezembro de 2001, Britney se apresentou no Billboard Music Awards em Las Vegas

Britney vendeu 3,3 milhões de cópias até 2002. Atualmente o CD possui cerca de 17 milhões de cópias vendidas ao redor do Mundo e só no Brasil o disco possui 6 certificados de platina. O álbum ‘Britney’ concedeu à Britney 20 prêmios, sendo 12 em 2002 e 8 em 2003, além da indicação ao Grammy na categoria Best Pop Vocal Album.

 

 

 

 

ESPECIAL IN THE ZONE

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In The Zone é o 4º álbum de estúdio de Britney Spears. Ele foi lançado em 07 de Novembro de 2003 pela Jive Records. O disco possui uma sonoridade inspirada por gêneros urbanos como dance, house, trip hop e hip-hop, tendo inclusive elementos da música do Oriente Médio. Liricamente, as faixas refletem-se ao amor, à dança, ao empoderamento, e no caso de canções como ‘Touch of My Hand‘, ao sexo e à masturbação.

TRACKLIST

Me Against The Music

I (Got That) Boom Boom

Showdown

Breathe On Me

Early Mornin’

Toxic

Outrageous

Touch Of My Hand

The Hook Up

Shadow

Brave New Girl

Everytime

Me Against The Music (Remix)

The Answer

Don’t Hang Up

Após a turnê Dream Within a Dream – em apoio ao Britney – ser finalizada em julho de 2002, a artista anunciou que iria fazer uma pausa de seis meses em sua carreira. No mesmo período Britney havia terminado seu relacionamento com Justin Timberlake. Em novembro do mesmo ano, Britney já iniciou os trabalhos de seu novo álbum. Na verdade, ela começou a escrever as músicas para o In The Zone quando ainda estava em turnê, com a Dream Within a Dream, mas ela não sabia qual direção o projeto iria tomar. Sobre esse período, ela falou: “Isso deve ocorrer de forma natural de acordo com os seus sentimentos. O que tiver de acontecer, vai acontecer.” 

Britney convidou sua amiga e vocalista de apoio Annet Artani para sua casa em Los Angeles. Elas começaram a escrever canções no piano, e pouco depois, viajaram para a Itália. Entre as faixas que trabalharam estão ‘Everytime’, cuja Artani afirma ser uma resposta a ‘Cry Me a River’ de Justin Timberlake, e ‘Shine’, escrita por Britney sobre sua irmã Jamie Lynn, mas que não foi finalizada. O processo de gravação do disco começou no início de 2003. A primeira música gravada para o CD foi ‘Touch of My Hand’, e segundo Britney essa música direcionou o resto do CD.

Dessa vez Britney contou com produtores diferentes das Eras Baby One More Time e Oops. Para o In The Zone, Spears colaborou com os produtores de sucessos como Bloodshy & Avant, R. Kelly, Diddy, Christopher Stewart, Moby, Guy Sigsworth e The Matrix.

Os produtores comentaram que depois que apresentaram as músicas a Britney, ela adaptou-as de acordo com a sua personalidade, especialmente as letras. Eles ainda disseram: “Ela realmente sabe o que quer. Ela sabe se está fazendo algo que não se encaixa com ela. Ela fica tipo, ‘Não, essa não sou eu.’ Ela não é do tipo que se prende em uma falsa imagem.”

Com o produtor Taylor, Britney depois gravou “Breathe on Me” e “And Then We Kiss”, da qual foi descartada do alinhamento final.  Em março de 2003, os produtores do álbum, comentaram sobre desenvolvimento do disco em entrevista à MTV News, e relacionou seu trabalho com Spears a Ray of Light de Madonna, dizendo: – “Ela está começando uma nova fase em sua carreira. Madonna monitora constantemente o que está acontecendo nos clubes, e cria algo superior e coloca-o no mercado. Eu acho que Britney está começando a entender a importância de ser capaz de olhar para coisas diferentes, ao invés de continuar focando-se na mesma coisa para sempre. (…) Eu não penso que [seus fãs] ficarão assustados ou chateados. Penso que eles realmente gostarão do que está por vir.”

Christopher Stewart e Penelope Magnet, conhecidos coletivamente como RedZone, apresentaram a Spears uma terceira canção que haviam escrito e produzido, ‘Pop Culture Whore’ (Puta da Cultura Pop). Apesar de seus empresários terem gostado, ela rejeitou, dizendo-lhes que a música era uma “droga”. Após passarem uma noite com a artista em Nova Iorque para “entrar em seu mundo”, como Penelope Magnet explicou, ficaria mais fácil “na verdade, compor sabendo que ela iria ou não dizer, para saber onde está sua verdadeira vibração”. Stewart e Magnet começaram a trabalhar na primeira versão de ‘Me Against the Music’. 

Durante as sessões de gravação, o produtor lembrou que o ar condicionado do estúdio parou de funcionar por três dias, mas segundo ele, Britney não se queixou nem nada.  Enquanto ensaiava a sua performance para o VMA 2003, Britney tocou uma versão finalizada de ‘Me Against the Music’ para Madonna. Após a última comentar ter gostado da música, Britney convidou ela para participar na faixa. RedZone depois entregou ‘Me Against the Music’ a Madonna, que arranjou e gravou seus vocais adicionais por conta própria, consequentemente fazendo da música um dueto.  Britney, que era  fã de Madonna durante anos, ficou “mais do que surpresa” quando ouviu os versos da música. Ela declarou: “Eu só pedi para ela fazer uma coisa pequena, mas ela realmente foi fundo. Ela fez um monte de coisas na canção.” ‘Me Against The Music’ foi o primeiro single do álbum In The Zone, lançado em 16 Setembro de 2003. O segundo single do Cd, foi “I Got That (Boom Boom)” derivado do hip hop de Atlanta, e contém a participação da dupla Ying Yang Twins.

‘Showdown’ já tem trechos mais picantes: “Eu realmente não quero ser uma tentação / Mas você poderia abrir meu zíper, por favor?

A quarta faixa do álbum, ‘Breathe On Me’ foi descrita como a mais sensual do disco. Britney canta: “Oh, está tão quente, e eu preciso de um pouco de ar / E garoto, não pare pois estou quase lá“.

A quinta faixa do álbum, Early Mornin’  descreve Spears à procura de homens em um clube de Nova Iorque. A música tem um ritmo percolante e caracteriza os vocais suaves da artista, que ronrona e boceja durante a melodia.

A sexta faixa do álbum, ‘Toxic’ foi o 2º single do álbum In The Zone, lançado em 12 de Janeiro de 2004. Toxic’, que Britney nomeou mais tarde como sua canção predileta de sua carreira, foi originalmente oferecida a Kylie Minogue (que graças à Deus por algum motivo a recusou). O hino contém elementos do eletropop, e da música bhangra. Lembrando mores, que a música foi inspirada nesse instrumental maravilhoso que eu recomendo horrores que vocês vejam AQUI. (Só pra constar, Britney não plagiou esse instrumental. Britney comprou os direitos desse instrumental para acrescentá-los na música, o que se chama Sampling.)

A sétima faixa do álbum, ‘Outrageous’ foi o quarto e último single de divulgação do álbum, lançado em 19 de Julho de 2004. A música foi selecionada para ser a trilha sonora do filme Catwoman. O clipe de Outrageous estava sendo gravado na cidade de Nova Iorque em Junho de 2004, porém Britney machucou seu joelho e teve que se submeter a uma cirurgia artroscópica. O vídeo foi cancelado, assim como a The Onyx Hotel Tour e a sua participação na trilha sonora do filme Catwoman (Mulher Gato).

A oitava faixa do álbum ‘Touch of My Hand’, cujo Britney pensou ser comparável a ‘That’s the Way Love Goes’ de Janet Jackson, ela canta de forma bem mais lenta. A instrumentação contém elementos da música bhangra, do Oriente Médio e seus versos referem-se a masturbação: “Eu serei atrevida / Indo a lugares onde eu possa estar fora de controle / Não quero explicar essa noiteTodas as coisas que tento esconder“.

A nona faixa do álbum, ‘The Hook Up’ possui uma atmosfera reggae e apresenta Spears cantando com um sotaque jamaicano. A décima faixa, famosa balada ‘Shadow’ fala sobre como lembranças de um alguém ainda podem permanecer vivas mesmo depois de ele ter partido. A décima primeira faixa, ‘Brave New Girl’ não pertence a esse álbum, tá repreendido, vamos pra próxima, mores. A décima segunda faixa, e terceiro single do álbum, ‘Everytime’, lançada em 10 de Maio de 2004, é uma balada pop, cuja letra retrata um pedido de perdão por machucar uma pessoa. Mas que pessoa seria essa amores? Todos sabem que Britney namorou Justin Timberlake. Supostamente, Britney traiu Justin e eles terminaram o relacionamento. Justin escreveu ‘Cry Me a River’ para Britney e ela escreveu ‘Everytime’ para ele, como um pedido de desculpas.

Como décima terceira faixa, temos o remix de ‘Me Against the Music’. Como faixa bônus temos ‘The Answer’, em que Britney canta que seu amor é a resposta para todas as suas necessidades. E por último, em outras versões, temos ‘Don’t Hang Up’, na qual ela pede ao telefone que seu parceiro satisfaça-a a longa distância.

As críticas do CD foram bem positivas e elogiaram o fato de Britney ter misturado estilos tão diferentes no mesmo CD e fazer algo coeso e bom. Porém, um ponto negativo da maioria das críticas foi o fato da voz da Britney estar muito processada e editada nesse CD, e bem distante da naturalidade vocal dela. O desempenho musical do disco foi excelente e ele alcançou #1 nos EUA, França e Grécia e ficou no Top 10 na semana de lançamento em outros 11 países. Graças ao In The Zone, Britney foi considerada a primeira artista feminina a ter 4 CDs no topo da Billboard Hot 200. O CD recebeu certificado de platina tripla, pela Music Canada e certificado de platina dupla pela RIAA (Recording Industry Association of America).

Em novembro de 2003, o diretor executivo da Jive Records, Barry Weiss informou a revista Billboard que In The Zone estava sendo promovido a nível mundial, em importantes áreas como a mídia impressa e eletrônica, televisão, rádio e vídeo para aumentar a conscientização do público sobre o lançamento do álbum.

In The Zone foi o 8º CD mais bem vendido do mundo no ano de 2003. Hoje, ele conta com cerca de 10 milhões de cópias vendidas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por que Britney Spears sempre será lembrada pelo seu Blackout?

Leve sua mente para 2007. Haviam jeans desbotados e flip-phones (celular de abrir), Paris Hilton e Lindsay Lohan estavam atrás das grades, e a mulher mais famosa do mundo caiu tragicamente numa espiral descendente que continuaria a mudar a cultura dos tablóides para sempre.

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É difícil falar sobre Britney Spears sem relembrar seu famoso breakdown. Embora não fosse a primeira estrela a sair dos trilhos, Britney foi a primeira a ter todos os movimentos documentados para o mundo ver. As manchetes falavam por si mesmas: “Britney perto da morte”, “Suicídio Assistido” e “Britney: Uma bomba relógio”, foram apenas algumas espalhadas em prateleiras e na internet.

Apesar da turbulência em que sua vida estava, Britney de alguma forma conseguiu gravar e lançar seu álbum mais aclamado pela crítica, que passou a se tornar um dos álbuns pop mais icônicos já feitos, e que, sem dúvida, mudou a direção da música pop.

Lançado há dez anos hoje no dia 25 de outubro de 2007, Blackout representava uma sonoridade obscura, eletrônica e completamente inovadora. Britney estava de volta, estava morena e estava determinada a mostrar que ela não era mais a garota americana, mas sim uma mulher sexualmente liberada que sabia exatamente o que queria.

Este foi um álbum sobre como ser rebelde, irresponsável, ir à festas e levar os boys/crushes para casa. Embora isso não fosse algo inovador, vindo de uma estrela pop, era a primeira vez que se via como uma verdadeira representação do artista. Apesar de parecer superficial, Blackout realmente era o álbum mais pessoal que Britney poderia ter lançado. Ela estava vivendo e respirando as letras que ela estava cantando, e nós sabíamos disso, porque a prova estava estampada nas primeiras páginas de todos os jornais do mundo.

Quando ela entrou em um salão de beleza em 16 de fevereiro de 2007 e raspou o cabelo que se tornou sinônimo de sua marca, o mundo observou em completo choque. Esta era uma mulher que estava estampada nos pôsteres das paredes do quarto de todos os adolescentes. Era uma diva pop que estava fazendo aquilo. Era a cantora que toda mulher gostaria de se tornar que havia acabado de raspar a sua própria cabeça, em um ato de liberdade e rebeldia.

Ela tomou a posse da única coisa que ela ainda tinha controle total, seu corpo e usava-se para se libertar da imagem que os executivos de música haviam gastado milhões de dólares moldando-a desde que ela era criança. Foi o melhor “foda-se” que Britney poderia dar, e significou que a velha Britney era, assim como a atual Taylor Swift (que [porque não?!] tentou “copiar” a mesma ideia 10 anos depois) – morta.

Seus atos de rebeldia, seu comportamento desafiador, deixou a mídia em pleno estado de loucura, e nos meses seguintes, parecia que Britney estava prestes a seguir os mesmos passos de Amy Winehouse. Ela perdeu a custódia de seus filhos, foi filmada sendo levada para o hospital após um colapso em sua casa nas primeiras horas da manhã e foi colocada sob uma curadora estrita que a deixou ainda menos controle sobre a vida do que antes.

Blackout marcou o momento em que Britney, por um momento tão passageiro, assumiu o controle total e total de sua carreira. Na verdade, ele ainda é o único álbum que ela é creditada como produtora executiva.

‘Gimme More’ aludiu ao desejo insaciável dos paparazzi de testemunhar sua queda. Em ‘Break The Ice’ e ‘Perfect Lover’ vemos ela se despedindo da imagem de adolescente inocente e virgem de uma vez por todas, em ‘Why Should I Be Sad’ temos o beijo perfeito para o seu casamento fracassado. ‘Piece Of Me’ retrata o intenso assédio da mídia, sobre Britney Spears.

Enquanto 2007 marcou a queda do ícone adolescente mais famoso do mundo, também significou o surgimento de uma estrela mundial com a qual todos nos relacionamos. Britney não era mais apenas uma Barbie loira com abdômen perfeito que todos desejavam. A imagem de uma mulher que a mídia havia construído nesta deusa quase inatingível estava desmoronando na frente dos olhos do mundo e, ao fazê-lo, revelava um lado do ícone do pop que a humanizava e a dividia com o público.

Muitas vezes ouvimos as pessoas perguntarem: “Por que todos torciam pela Britney?” E é porque, no fundo, todos nós éramos culpados pelo que aconteceu com ela. Nós compramos os jornais, lemos as histórias e nós tínhamos uma emoção quase macabra de saber qual seria o próximo passo dela. Como resultado, essa sensação de culpa coletiva fez com que nós mesmos e a mídia mundial concordássemos com um pacto de que Britney não seria mais um alvo.

Assim, mesmo com todo cenário obscuro que envolveu sua vida na época, Blackout continua a ser uma homenagem ao ano em que ela finalmente conseguiu fazer escolhas para si mesma, independentemente se elas estavam certas ou erradas. Blackout revolucionou a música e é considerado um dos melhores álbuns pop de todos os tempos.

 

 

ESPECIAL BLACKOUT

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Poderíamos considerar o álbum Blackout um álbum anos luz à frente do seu tempo. Blackout foi gravado em 2006/2007 e lançado em 26 de Outubro de 2007, pela gravadora Jive Records, porém ele poderia ter sido lançado hoje ou daqui há alguns anos, e ainda sim soaria atual, ousado, magnífico e incrível. Por muitos, Blackout é considerado o melhor álbum da carreira de Britney Spears. Ele foi lançado no pior momento da sua carreira. Nessa época, Britney estava enfrentando inúmeros escândalos na vida pessoal como divórcio, alcoolismo e uso de drogas, perda da guarda dos filhos e o intenso assédio dos paparazzis.

A produção executiva do álbum ficou por conta da própria Britney (foi o primeiro álbum a tê-la como produtora executiva), sendo que a sua produção musical ficou a cargo de Jim Beanz, Bloodshy & Avant, The Clutch, Danja, Kara DioGuardi, Corte “The Author” Ellis, Freescha, Sean “The Pen” Garrett, Keri Hilson, “Fredwreck” Farid Nasser, The Neptunes e J. R. Rotem. O álbum Blackout apresenta uma sonoridade electro-pop, dance-pop e R&B, com influências do euro disco, dubstep e funk.

TRACKLIST  DELUXE VERSION

Gimme More

Piece Of Me

Radar

Break The Ice

Heaven On Earth

Get Naked (I Got A Plan)

Freakshow

Toy Soldier

Hot As Ice

Ooh Ooh Baby

Perfect Lover

Why Should I Be Sad

Get Back

Gimme More – Junkie XL Dub

Everybody

Em novembro de 2003, enquanto promovia seu quarto disco In the Zone, Britney disse para a revista Entertainment Weekly que já estava compondo canções para seu álbum seguinte, e que também esperava iniciar sua própria gravadora em 2004.  Após o seu casamento com Kevin Federline em outubro de 2004, Spears anunciou através de uma carta em sua página oficial que iria “fazer uma pausa para aproveitar a vida”. Entretanto, em 30 de dezembro do mesmo ano, ela fez uma aparição surpresa na estação radiofônica de Los Angeles KISS-FM para estrear uma mistura de uma nova faixa de andamento moderado, “Mona Lisa”. Spears havia gravado a canção ao vivo com sua banda durante a turnê, e dedicou-a à todas “as lendas e ícones que existem”.

Em Janeiro de 2005, Britney publicou uma carta em seu site dizendo “Eu acho que deveria reformular-me de todas as minhas cartas anteriores, quando estava falando sobre fazer uma ‘pausa’. O que eu quis dizer foi fazer uma pausa de saber o que fazer. (…) É legal quando você olha para alguém e não sabe se estão trabalhando ou se divertindo, já que para eles é sempre a mesma coisa. As coisas em que estive trabalhando ultimamente têm sido muito divertidas, pois para mim não parecem trabalho. Eu estive ‘controlando’ ainda mais minha gestão e o lado empresarial das coisas, e eu me sinto mais no controle do que nunca.”

Em 18 de setembro de 2005, ocorreu o nascimento do primeiro filho da artista, Sean Preston. Durante uma entrevista para a People em fevereiro de 2006, Britney explicou que estava ansiosa para retomar sua carreira, comentando que sentia falta de “viajar (…) estar na estrada, conhecer lugares diferentes, estar com os dançarinos e se divertidas. Aquela sensação de estar no palco, sabendo que é o seu melhor — eu amo. Eu precisava de uma pausa. Eu precisava estar faminta novamente”. Quando questionada sobre seu disco seguinte, ela disse que estava experimentando novos estilos no estúdio de sua casa com músicos ao vivo, transformando seu som em um gênero acústico e tocando piano. Britney Spears queria que o álbum representasse suas raízes de Louisiana, explicando que cresceu ouvindo blues e disse: “Eu gostaria de tentar ter mais influências desse som. Não [quero dizer] que eu serei como a incrível Tina Turner. Mas nunca se sabe”, ela declarou. A intérprete também disse que esperava que o trabalho revigorasse o cenário pop da época, adicionando que “tem sido entediante. Nada tem sido bom para mim”.

Em 9 de maio de 2006, Britney Spears anunciou que estava grávida de seu segundo filho. Poucos dias depois, produtores como J. R. Rotem e Sean Garrett disseram à MTV News que estavam trabalhando com Spears. Em 12 de setembro seguinte, ocorreu o nascimento do segundo filho da artista, Jayden James. Ela pediu o divórcio de seu casamento com Federline em 7 de novembro do mesmo ano, citando diferenças irreconciliáveis. Após o divórcio, suas festas particulares e seu comportamento publicamente errático chamaram a atenção da mídia ao redor do mundo e, como resultado, ela entrou duas vezes na clínica de reabilitação (assunto pra outra hora, né mores).

A equipe escreveu sete faixas para Spears: “Gimme More”, “Break the Ice”, “Get Naked (I Got a Plan)”, “Hot as Ice”, “Perfect Lover”, “Outta This World” e “Get Back”. Danja explicou que o processo criativo não foi difícil no começo, uma vez que Britney o deixou livre para que ele fizesse o que ele achasse melhor. Em uma entrevista ele disse que se ela gostasse do trabalho que ele estava fazendo, ele continuava; mas se ela não gostasse, ela demonstrava na mesma hora. Britney gravou o álbum até o sétimo mês de gestação de Jayden James. A gravação continuou na casa de Britney em Los Angeles, três semanas após o nascimento de Jayden James.

Keri Hilson (produtora de Gimme More) comentou que Britney deu 150% de si na produção do álbum. Danja acrescentou que nunca viu ninguém entrar no estúdio como Britney entrou, fazer o que tinha que fazer e com tamanha ética profissional. 

Em novembro de 2006, Spears gravou ‘Radar’ com Ezequiel Lewis e Patrick Smith. Ambos comentaram que embora Spears tenha chegado tarde para as sessões de gravação, ela pegou todos de surpresa com sua eficiência e seu profissionalismo, com Lewis acrescentando: “Foi absolutamente louco, e ela deu indicações muito boas. (…) Eu não sabia o que estava esperando, porque fomos trabalhar nesse disco um dia após ela pedir o divórcio de Kevin”. T-Pain, que co-compôs ‘Hot as Ice’, esteve no estúdio com Britney em fevereiro de 2007, e afirmou que uma das três músicas que gravaram foi concluída em apenas uma hora. Ele disse que pensou “que ela estaria sentada no sofá comendo Doritos, nachos ou algo assim (…), mas ela entrou, apertou a minha mão, me deu um abraço e foi direto para a cabine [de gravação]. Ela ficou lá e teve um grande profissionalismo”.

Christian Karlsson e Pontus Winnberg, conhecidos profissionalmente como Bloodshy & Avant, co-compuseram e co-produziram quatro faixas: “Piece of Me”, “Radar”, “Freakshow” e “Toy Soldier”. Winnberg comentou que sempre houve “uma regra tácita” de não escrever canções sobre a vida pessoal da cantora, uma vez que a Jive rejeitou “Sweet Dreams My LA Ex”, por ser uma resposta explícita a “Cry Me a River”, de Justin Timberlake. Entretanto, a dupla compôs “Piece of Me” de qualquer maneira como uma resposta ao escrutínio da mídia e ao sensacionalismo da vida privada da artista, e a enviou para Britney, que afirmou ter amado. Winnberg declarou: “Nós sabíamos que a música havia quebrado todas as regras que nós tivemos. (…) Quando ela chegou ao estúdio, ela estava extremamente empolgada, aprendeu a letra de cor em seu carro e gravou a canção em meia hora”. Antes do lançamento do álbum, Whites disse à MTV News que o álbum “mostra um grande crescimento de Britney, como artista. (…) Ela estava muito envolvida com as canções e como elas haviam acabado. É a mágica dela que transforma essas músicas no que elas são”.

Britney falando sobre o Blackout em 2008: “Acho que em muitas das canções que eu fiz naquela época, eu estava passando por uma fase muito obscura na minha vida, então muitas das músicas refletem isso. Blackout é obscuro e ousado, e também é mais urbano.”

Em junho de 2007, Britney divulgou uma mensagem em sua página oficial na Internet pedindo ajuda com um título para o álbum. Entre as opções, estavam: OMG Is Like Lindsay Lohan Like Okay Like, What If the Joke Is On You, Down Boy, Integrity e Dignity. Em 6 de outubro seguinte, a Jive Records anunciou através de um comunicado de imprensa que o álbum seria intitulado Blackout, referindo-se a “bloquear a negatividade e abraçar a vida inteiramente”. O disco estava planejado para ser lançado em 13 de novembro de 2007; no entanto, a Jive anunciou em 10 de outubro de 2007 que o lançamento ocorreria em 30 de outubro, duas semanas antes do previsto, devido à divulgação ilegal de diversas faixas do álbum na Internet. A Jive Records também processou o Perez Hilton, por divulgar as faixas do álbum em seu blog.

A estimativa é que o álbum Blackout alcançasse a posição #1 na Billboard Hot 200, como CD mais vendido da semana, porém devido a uma mudança das regras apenas 11h da lista ser fechada, a Britney ficou em 2º Lugar e isso possivelmente poderia ter sido um “golpe” da Billboard. A Billboard tinha uma regra que só entraria na lista de CDs mais vendidos da semana os CDs que fossem vendidos em todo mercado e não especificamente em uma loja. Uma Banda chamada The Eagles, depois de um hiato de 30 anos resolveu lançar um CD na mesma semana do Blackout. Porém, por uma estratégia de marketing, eles decidiram vender o CD deles apenas no Walmart. O resultado disso foi que com a alteração da regra, a Banda The Eagles vendeu cerca de 711 mil cópias do CD, enquanto que o Blackout vendeu 290 mil exemplares, ficando em segundo lugar na Billboard Hot 200.

O CD da Banda The Eagles foi vendido no Walmart por apenas 3 doláres. Muitas vezes, esse CD também era oferecido como troco, que também era contabilizado como venda. Além disso, o CD muitas vezes era comprado no Walmart e disponibilizado para a compra em outra loja, o que aumentava o número de cópias vendidas em duas vezes. O que infelizmente fica nítido é que a Billboard apoiou o complô que existia da mídia contra a Britney. Qual seria o sentido de alterar uma regra 11 horas antes do lançamento de um CD? Infelizmente para a mídia ela não era mais vista como a princesinha do pop, o sonho americano, mas sim um péssimo exemplo para as crianças. Isso reforça a tentativa da mídia de denegrir ainda mais a sua imagem, ao dizer que Britney não era mais a mesma e que as suas vendas estavam caindo. Esse possível “golpe” também reforça o pseudo-conservadorismo norte americano.

Duas das imagens do encarte de Blackout caracterizam a artista e um padre em poses sugestivas, dentro de um confessionário. A primeira delas mostra a cantora, que usa uma cruz e meias arrastão, sentada no colo do padre, enquanto na segunda ela se inclina sugestivamente contra o confessionário, com o padre sentado no outro lado da divisória. Após o lançamento do CD, a diretora de comunicações da Liga Católica Kiera McCaffrey declarou que o grupo considerou as fotos como um “golpe de publicidade barata” para promover o disco e condenou Spears por “zombar de um sacramento católico”.

Curiosamente, o álbum Blackout também não possui agradecimentos no seu encarte. O que reforça a Britney rebelde, que não estava preocupada com nada naquela época.

O álbum foi muito bem recepcionado pela crítica. O Metacritic avaliou o álbum em 61, numa escala de 0/100. O portal Allmusic avaliou o álbum com 4 de 5 estrelas, comentando que o disco “é o estado da arte dance-pop, uma prova das habilidades dos produtores e até mesmo de Britney sendo de alguma forma consciente o suficiente para perceber que ela deveria ter contratado os melhores produtores, mesmo que ela não estivesse em sua melhor fase”.

O Blackout também foi eleito pela revista Rolling Stones o CD mais influente daquela época. Também por voto popular da revista Billboard, Blackout foi eleito o melhor CD do ano. Foi eleito como álbum do ano pelo EMA da MTV e também eleito pelo jornal The Times como 5º melhor álbum pop da década. Os leitores da Revista Rolling Stones também votaram no álbum como 5º melhor álbum da década.

O álbum teve três singles: Gimme More, Piece Of Me e Break The Ice. “Gimme More” lançado em 18 de setembro de 2007, servindo como o primeiro single de Blackout e seu vídeoclipe foi lançado em 5 de outubro de 2007. “Piece Of Me” foi adicionada nas estações radiofônicas estadunidenses em 27 de novembro de 2007 e seu vídeoclipe em 14 de dezembro de 2007. “Piece Of Me” recebeu três indicações nos MTV Video Music Awards de 2008 e venceu todas elas, nomeadamente Melhor Vídeo Feminino, Melhor Vídeo Pop e a principal da noite Vídeo do Ano. Originalmente, “Radar” havia sido selecionada como o terceiro foco de promoção de Blackout. Entretanto, após uma enquete feita no site de Spears na qual “Toy Soldier” e “Break the Ice” foram as opções para serem selecionadas como a terceira faixa de trabalho, a última venceu com 39% dos votos e foi enviada para estações de rádio estadunidenses em 4 de março de 2008.

Além dos singles e videoclipes, a perfomance de divulgação do álbum Blackout foi a do VMA 2007. Não houve turnê de apoio, entrevista, divulgações ou algo do tipo, levando em consideração todo o caos que Britney enfrentava naquela época: pressão da mídia, assédio dos paparazzis, envolvimento com drogas e alcoolismo, divórcio, perda da guarda dos filhos, ou seja, um verdadeiro surto mental. Em Setembro de 2007, Britney se apresentou na abertura do VMA daquele ano, fazendo um medley de Trouble do Elvis Presley, com Gimme More.

Infelizmente essa performance foi universalmente criticada. Sobre a apresentação do VMA 2007: “Britney parecia com preguiça de fazer qualquer coreografia e mal conseguia acompanhar o playback. Visivelmente nervosa e fora de forma, a cantora abriu a premiação (…) enquanto as câmeras mostravam celebridades na primeira fila constrangidas com a trôpega performance.” – Gustavo Martins, em texto para a UOL, 2007.

A apresentação do VMA 2007 refletiu exatamente tudo o que Britney estava passando naquela época. A verdade é que mesmo no pior ano da sua carreira, Britney conseguiu lançar um dos melhores álbuns Pop de todos os tempos.